Fiocruz acende alerta para síndromes respiratórias no Acre; influenza preocupa entre idosos e crianças

A circulação simultânea de múltiplos vírus tem pressionado os sistemas de saúde locais e exige atenção contínua das autoridades estaduais e municipais

O novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (6) pela Fiocruz, aponta que o Acre e sua capital, Rio Branco, estão entre as regiões do país em nível de alerta para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com sinal de crescimento sustentado nas últimas semanas.

O documento traz um panorama preocupante: a circulação de vírus como influenza A, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e rinovírus continua elevando as hospitalizações, principalmente entre crianças pequenas e idosos.

A situação se agrava pelo fato de Rio Branco figurar entre as 15 capitais brasileiras com nível de atividade de SRAG classificado como alerta, risco ou alto risco, e com tendência de crescimento no longo prazo. O Acre é uma das 25 unidades federativas que apresentam esse mesmo cenário, de acordo com os dados da semana epidemiológica 22 (de 25 a 31 de maio).

Em entrevista divulgada com o boletim, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, destacou que, embora em algumas regiões do país já se observe sinais de interrupção do aumento dos casos, os níveis de incidência ainda são altos — inclusive no Norte, onde está o Acre.

“Os casos de SRAG em crianças de até quatro anos têm sido impulsionados principalmente pelo VSR. Porém, o rinovírus e a influenza A também têm contribuído para o aumento dos casos nessa faixa etária e em adolescentes de até 14 anos”, afirmou.

A mortalidade por SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante entre crianças e idosos, mas com causas distintas: entre os mais velhos, predominam os óbitos por influenza A; entre as crianças, rinovírus e VSR são os principais responsáveis. A influenza A, inclusive, foi o vírus mais identificado entre os óbitos por SRAG neste ano até agora — aparecendo em 73,4% dos casos positivos.

A Fiocruz reforça o chamado à vacinação contra a gripe, especialmente para grupos vulneráveis como idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades. A baixa adesão à vacinação contra influenza em vários estados tem preocupado autoridades sanitárias, que veem nisso um fator de agravamento do cenário atual.

Em 2025, o Brasil já registrou mais de 83 mil casos de SRAG, sendo que quase metade teve confirmação laboratorial para algum vírus respiratório. A circulação simultânea de múltiplos vírus tem pressionado os sistemas de saúde locais e exige atenção contínua das autoridades estaduais e municipais — inclusive no Acre, onde o padrão de crescimento indica que o pico ainda pode não ter sido atingido.

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