A Sercomtel, empresa de telefonia controlada pelo fundo Bordeaux Participações, ligado ao empresário Nelson Tanure, vendeu suas licenças de exploração da tecnologia 5G na faixa de 3,5 GHz para o consórcio Amazônia 5G, que reúne dezenas de provedores regionais da Região Norte e do Estado de São Paulo. A negociação já foi confirmada pelas partes e agora aguarda aval da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
O consórcio, formado por operadoras que já atuam em estados como Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e São Paulo, pretende acelerar a ativação do sinal 5G em centenas de municípios com menos de 30 mil habitantes, localidades que muitas vezes já têm alguma estrutura de banda larga, mas carecem de cobertura móvel de alta velocidade.
Se concluída, esta será a primeira negociação de uma licença de 5G no chamado mercado secundário, já que, até então, operadoras que não davam andamento ao projeto devolviam as autorizações à Anatel.
As licenças foram adquiridas pela Sercomtel no leilão da Anatel de 2021, com um lance de R$ 82 milhões, valor que representou um ágio de 719% sobre o mínimo estabelecido no edital. No entanto, os altos custos estimados para cumprir as obrigações de cobertura, que somam cerca de R$ 700 milhões, levaram a empresa a rever sua estratégia e concentrar suas operações no Paraná, onde também controla a Ligga (antiga Copel Telecom) e a Horizons, voltadas a internet fixa e soluções corporativas, respectivamente.
O conjunto de obrigações inclui ativar o 5G em 758 municípios pequenos, com menos de 30 mil habitantes, na Região norte e em São Paulo, e implantar um backhaul (rede central de fibra óptica) de 554 quilômetros em 19 municípios. Essas metas devem ser entregues de forma gradual, atingindo 30% em 2026 e 100% em 2029, segundo o edital.
Por Ac24horas