Uma formação realizada em Cruzeiro do Sul reuniu mulheres negras de sete municípios do Vale do Juruá para discutir estratégias de combate ao racismo, à violência de gênero e garantir o o à justiça. A atividade foi promovida pela Associação de Mulheres Negras do Acre e contou com a presença da Defensoria Pública do Estado.
Durante dois dias, lideranças femininas de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Feijó e Tarauacá participaram do encontro.
A presidente da associação, Almerinda Cunha, destacou que o objetivo é fortalecer o movimento de mulheres negras na região.
“Estamos aqui estudando a Constituição, a Lei Maria da Penha e o marco regulatório de raça e gênero. Queremos garantir que mulheres negras, pessoas em situação de vulnerabilidade, tenham seus direitos respeitados”, explicou.
Além de estudar as leis que garantem proteção, o encontro buscou avaliar como funcionam os serviços da rede de atendimento à mulher, como Defensoria Pública, Ministério Público e Tribunal de Justiça. Também foram debatidas formas de combater o racismo estrutural por meio da educação e da mobilização social.

Rosalina Souza, que coordena o Ponto de Cultura Articulação Juruense de Mulheres, reforçou a importância do momento.
“Aqui em Cruzeiro do Sul, o racismo e o preconceito ainda são muito fortes. Também enfrentamos altos índices de violência contra a mulher. Precisamos estar organizadas e unidas em redes de apoio para mudar essa realidade”, afirmou.
A defensora pública Cláudia Aguirre também participou do encontro e reforçou que é papel da instituição levar educação em direitos à população.
“A discriminação racial é histórica e estrutural. Não se combate apenas com boa vontade, mas com políticas públicas que tratem de forma diferenciada os grupos que mais sofrem. As mulheres negras estão entre as que mais enfrentam dificuldades no o à saúde, justiça e outros serviços essenciais”, explicou.
O encontro faz parte de uma série de formações regionais. A próxima etapa será no Alto Acre, em Brasileia, seguida por encontros em Sena Madureira e Rio Branco.

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