“Eu só fico mais tranquila sabendo que meu filho está crescendo saudável com esse acompanhamento”. A afirmação é da recepcionista Leiliane da Silva Salles, mãe de Isabelle, de 9 anos, aluna da Escola São José, acompanhada pelo projeto Minha Escola desde os primeiros dias de vida. Para ela, o trabalho realizado tem sido essencial para o desenvolvimento da filha. “Eles avaliam o tamanho, o peso, a alimentação, fazem exames de sangue. Isso tudo ajuda bastante no processo de criação, dá segurança para os pais”, explica.
O projeto, que completou uma década de atuação em Cruzeiro do Sul, ou a integrar as rotinas escolares do ensino fundamental da rede estadual no município. Nesta nova fase, a iniciativa acompanha crianças do 4º ano em pelo menos 30 escolas, em parceria com a Representação da Secretaria de Estado de Educação (RSEE).
A coordenadora do projeto, professora Bárbara Lourenço, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), explica que a ação visa avaliar o crescimento e a saúde das crianças. “Estamos pesando e medindo todos os alunos do 4º ano, independentemente de terem sido acompanhados desde o nascimento ou não. Além disso, para aqueles que já fazem parte do projeto há mais tempo, realizamos exames mais detalhados como aferição de pressão, avaliação de composição corporal e exame de sangue”, afirma.
O projeto também coleta informações sobre a rotina das crianças, como atividades físicas, uso de telas e interações sociais na escola. Os pais são chamados para conversas sobre alimentação, sono e comportamento dos filhos. Os resultados das avaliações são entregues individualmente às famílias e também são utilizados para subsidiar políticas públicas na área da educação e da saúde.
De acordo com Bárbara Lourenço, os dados coletados poderão auxiliar as secretarias municipal e estadual na formulação de estratégias mais adequadas: “As informações ajudam a entender se a merenda escolar, por exemplo, está atendendo às necessidades nutricionais das crianças”.
A coordenadora de ensino da RSEE em Cruzeiro do Sul, Rocinete Santos, destaca a importância do projeto no processo de ensino-aprendizagem. “A saúde da criança influencia diretamente no desenvolvimento cognitivo. Com base nessas coletas, será possível dar um retorno qualificado à comunidade escolar e contribuir para um melhor desempenho dos alunos”, conclui.
